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Entrevista

ENTREVISTA LUIS FERNANDO VERÍSSIMO


'Falta calor humano ao livro eletrônico'

FABIO VICTOR
DO ENVIADO A PORTO ALEGRE

A faxina da Dilma é...
Até agora incompleta.
A Dilma é
Pelo que sabe, uma boa administradora.
O câncer de Lula é...
Lamentável, como o câncer de qualquer pessoa.
A Copa de 2014 no Brasil vai ser...
Vamos ver se vai ser.
O limite do humor é...
Não deve ser nenhum.
Rafinha Bastos...
Tem seu talento.
O novo humor da TV é...
Acho que é um avanço.
As redes sociais são...
Uma terra de ninguém e de todo mundo.
O livro eletrônico é...
Prefiro dizer o que ele não é. Não é nada do que a gente gosta num livro.Falta calor humano.
Obama...
Era uma esperança, hoje é uma frustração.
Paulo Coelho é...
Um fenômeno cultural.
Mano Menezes é...
Imagino que seja competente, mas ainda não há provas.
Neymar é...
É curioso, porque é tipo de jogador que há pouco tempo se dizia que estava superado -franzino, frágil. Hoje é o grande jogador brasileiro. As coisas mudam.
Eu tenho saudade...
Dos meus 20 anos.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq0511201121.htm


ENTREVISTA ANA BEATRIZ BARBOSA SILVA

Sofrer de ansiedade mostra que ainda somos humanos

PSIQUIATRA LANÇA LIVRO SOBRE ANSIEDADE; PARA ELA, APESAR DO RISCO TRAZIDO PELO TRANSTORNO, A INDIFERENÇA É A MAIOR AMEAÇA

DÉBORA MISMETTI
EDITORA-ASSISTENTE DE SAÚDE

Enquanto ainda formos ansiosos, há esperança. Para a psiquiatra carioca Ana Beatriz Barbosa Silva, que está lançando "Mentes Ansiosas", quinto livro de uma série de obras que já trataram de bullying, psicopatia e deficit de atenção, o problema é quando as pessoas viram as costas e não se importam mais com nada.
O novo livro da médica trata dos principais transtornos de ansiedade, passando por pânico, timidez e estresse pós-traumático, detalhando sintomas e formas de tratamento. A obra traz ainda depoimentos de pessoas que sofreram desses problemas 


 
Folha - Que tipo de pessoa é mais propensa a sofrer transtorno de ansiedade?
Ana Beatriz Silva - As mais perfeccionistas, as que não toleram atrasos, que são mais rígidas com os acontecimentos. Essas pessoas são mais controladoras e têm mais chance de sentir ansiedade em situações que as atrasam, que fogem do "script". 



Por que um medo normal pode virar uma fobia?

Muitas vezes esse medo está deslocado e é relacionado a situações de estresse. A gente sempre associa o estresse ao trabalho, mas o maior desencadeador de ansiedade patológica é o estresse prolongado e afetivo. Isso inclui estar num casamento ruim, ter uma pessoa da família com uma doença como Alzheimer, que vai destroçando uma família. 
O transtorno, na verdade, vai surgir depois de um ano e meio, dois. Muitas pessoas, mesmo vivendo uma situação assim, tendem a negar o problema. Isso pode fazer a ansiedade se manifestar como fobia. Já em quem assume os problemas, o que pode acontecer é a evolução para depressão ou transtorno de pânico, que causa crises de sudorese, sensação de morte. 


Mas há situações que logo desencadeiam transtornos.

O que ocorre num espaço de tempo curto, como quando alguém sofre um sequestro-relâmpago, é o estresse pós-traumático. A pessoa não quer mais sair, começa a ter pesadelos, flashbacks. Isso surge um mês depois do episódio. Não é como pânico, que é relacionado a uma coisa cotidiana. O estresse pós-traumático acontece quando você vive uma situação que ninguém está preparado para viver: ver alguém se matando ou um assassinato. 


Estamos vivendo uma epidemia desse transtorno?

Tem aumentado muito o número de casos. Uma pesquisa recente mostra que a violência está em segundo lugar entre as preocupações do brasileiro e que 51% já mudaram seus hábitos por causa da violência. Cerca de 80% já presenciaram uma cena de violência. Nessas condições, surge a possibilidade do estresse pós-traumático. 


O mundo está se adaptando para abrigar tantos ansiosos?

Sim. Mas uma das formas de reagir a esse ambiente é se tornar indiferente. Um vídeo que está rodando a internet mostra uma menina na China sendo atropelada, e ninguém para. É uma cena dantesca. O mundo pode estar criando uma população de indiferentes, e isso é é muito perigoso. Adoecer de ansiedade é sinal de que somos humanos, mas que precisamos mudar algo para sobreviver com dignidade. Um quarto da população vai desenvolver transtorno. É um número assustador. Isso diz também que não estamos perdendo nossa humanidade. Mas, para preservá-la, muita coisa vai ter de mudar. 


O que dá para mudar?

Tentaram nos convencer de que quanto mais ansioso você é, mais você é produtivo. Isso é uma grande mentira. Estão querendo nos convencer de que não dar conta disso é uma incapacidade. É preciso ter o mínimo de ansiedade. Mas não precisa ficar "pilhado", com uma sineta tocando para dizer se cumpri uma meta. As pessoas precisam se juntar para combater isso, e também a corrupção. Isso funciona como um ansiolítico para a sociedade.

MENTES ANSIOSAS
AUTORA Ana Beatriz Barbosa Silva
EDITORA Fontanar (Objetiva)
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saude/sd3010201101.htm