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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Para apreciar e refletir


A construção de uma cultura de paz: semear, cultivar e deixar crescer a paz

Por: Selma Pupim

Sem dúvida, a construção de uma cultura de paz  representa um dos maiores desafios da contemporaneidade. Pois, com tanta violência que há no mundo, guerras civis, urbana e uma diversidade de conflitos, somente a fé e a perseverança para acreditar que podemos construir um mundo melhor às nossas futuras gerações. Nesse mesmo sentido, Nelson Mandela, preso durante 27 anos, por uma causa nobre representa um líder da paz por seu caráter firme e perseverança.
Alguns dizem que a paz é uma sensação de tranquilidade, eu ousaria dizer que a paz se faz representar, entre tantas coisas, por um barco parado no meio de um lago, numa preguiçosa tarde de domingo ... sem vento. Há  quem diga que a paz é pescar neste lago, dentro deste barco sem pensar em nada, apenas observando o pôr-do-sol. Há ainda quem diga que a paz é a total ausência de rancor, agitação, desconfiança, ou seja, a falta absoluta de qualquer tipo de violência ou sentimento negativo.
Enquanto houver vida, nosso dever de cidadão é buscar o contínuo aperfeiçoamento pessoal em busca de uma paz constante, só assim poderemos lutar contra os sentimentos que nos impedem de acreditar na existência de seres humanos verdadeiramente humanos.
Que a essa paz reine em nossos corações e depois vá contagiando a todos até que tenhamos por completo uma cultura de paz em nossos lares, nossas escolas, nossas vidas e um mundo sem injustiças e desigualdades de forma a concentrar todos os esforços para um objetivo comum: debater ações pontuais em relação aos direitos da pessoa idosa, bem como, a sua qualidade de vida!
Que possamos garantir uma convivência saudável, sem discriminação e com programas sociais que possam melhorar a qualidade de vida dos jovens, adolescentes, idosos. Para tanto, precisamos de muito investimento, mas não apenas financeiro, necessitamos de capital humano, de formação para professores, para gestores, para o trabalho voluntário, para sensibilização e de definição de políticas públicas para um mundo centrado na cultura da paz. Só então poderemos  semear, cultivar e deixar crescer a paz.

Missionários da leitura / Por Galeno Amorim


Ninguém é obrigado a ler. 
Nem a escrever, cantar ou dançar.
Ou a saber o significado das coisas. 
Porque ler é um ato de liberdade.
Espontâneo, introspectivo, libertário.
Ninguém nasce sabendo ler
Nem sabendo escrever, cantar e dançar. 
Ou apreciar cinema, teatro ou uma obra de arte.
É que ler (como tantas coisas na vida!)
não é um ato natural...
Natural é respirar, comer, andar. 
Se proteger do frio e do calor. 
Natural é sentir medo. É reagir.
Natural é desejar, o tempo todo, ser feliz
Ler é atitude. 
Que exige aprendizado, habilidade, investimento pessoal. 
Pede que se pratique. Até que vira gosto.
Ler é coisa do espírito.
Está sempre a exigir esforço, boa vontade, dedicação. 
Até que vira essência da alma.
Compete a todos prover e dar acesso aos livros.
E ser agente para a missão de espalhar a boa-nova.
Mas que isto seja com jeito, com delicadeza.
Com amor. Pois não há outra maneira de 
cultivar e cativar o bicho leitor.
Esse bicho que cresce com a sustança das boas histórias.
Com a sonoridade e o afeto que as palavras encerram.
E a instigação da sua capacidade de sonhar e inventar.
Trate-o com carinho. Como a um filho, que nasce, 
cresce e conquista a autonomia para voar. 
Que possa gostar de livros 
como a criança gosta da flor. 
E jamais se cure dessa vontade incurável de se
embebedar de palavras.
Porque vê sentido nelas. E delas precisa pra viver.
(como necessita do próprio ar que respira). 
Porque quando bebe dessa fonte,
decifra os sinais e descortina horizontes, 
sente, verdadeiramente, prazer.
Porque, enfim, agora é um leitor de mundo
esse sujeito capaz de apreender e de criar. 
De compreender e interpretar as coisas ao seu redor. 
De ser mais tolerante, de enxergar o outro. 
De se apropriar do conhecimento universal. 
E construir o seu... De alargar a inteligência, superar o improvável. 
Mas, sobretudo, de descobrir uma capacidade infinita de amar 
 para, então, transformar o mundo!
Porque, para quem lê, tudo é possível.

Galeno Amorim, 45 anos, é jornalista e autor de dez livros; é co-autor: Políticas Públicas do Livro e Leitura (OEI-Editora Unesp, 2006) e Os Desbravadores (Palavra Mágica, 2001), dos quais foi organizador; e Práticas de Cidadania (Editora Contexto, 2004).