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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A AÇÃO COLABORATIVA DA SUPERVISÃO ESCOLAR COMO PERSPECTIVA PEDAGÓGICA: NOVOS SIGNIFICADOS


INTRODUÇÃO

O baixo aproveitamento escolar dos alunos revela um fator colaborador para as desigualdades sociais, o que contrapõe à necessária democratização da educação, fator fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e equilibrada. Dessa forma, os desafios enfrentados pelos sistemas de ensino e suas escolas se sustentam sobre a garantia da qualidade do ensino para todos. Isso envolve uma multiplicidade de fatores diretamente relacionados e mobilizados na gestão e na liderança escolar.
O conceito de qualidade na educação tem relação com o tempo e o espaço econômico-cultural no qual se insere a escola e tem a ver com sua função social, ou seja, garantir aprendizagens fundamentais à inserção social e econômica das novas gerações. A escola é o local onde o conhecimento acumulado pela humanidade é socializado de forma a integrar as crianças e os adolescentes ao próprio contexto social e, ao mesmo tempo, a ampliar seus horizontes de reflexão para questões regionais e nacionais.
Considerando os desafios de superar dificuldades apontadas na qualidade do ensino e objetivando contribuir para a sua melhoria, uma diversidade de ações tem sido promovida pelos sistemas de ensino, enfocando a melhoria da gestão escolar, uma vez que essa área de atuação se destaca, nas pesquisas educacionais internacionais, como fundamental para o norteamento e determinação da qualidade de ensino. Nessas pesquisas, tem-se identificado que a liderança competente por diretores e supervisores de ensino representa um indicador intimamente associado às escolas de maior destaque.
Sob esse aspecto, a obra A vantagem acadêmica de Cuba, de Martin Carnoy, publicada no Brasil em 2009, abordou os principais desafios enfrentados por muitos sistemas educacionais da atualidade, entre eles, o brasileiro e apontou uma forma eficaz de superá-lo. O autor buscou evidências na sala de aula, onde a educação se materializa.
O pesquisador americano e coordenador de um centro voltado para pesquisas sobre educação observou de perto a rotina de escolas brasileiras e concluiu, em seus estudos, que as instituições de ensino do país não oferecem grandes desafios intelectuais aos estudantes. Carnoy apontou deficiências consideradas práticas do século passado, tais como as tradicionais cópias do quadro negro, como se estivessem num colégio à moda antiga.
Há uma preocupação muito grande com a prática nas salas de aula das escolas brasileiras. Segundo o pesquisador, os alunos dos países da Europa permanecem pelo menos seis horas diárias na escola realizando atividades individuais, enquanto que, os brasileiros passam muito tempo executando trabalhos em grupo e tendo aulas expositivas. Do mesmo modo, o professor brasileiro passa um tempo considerável tentando fazer com que os alunos sentem nas carteiras e se concentrem na aula.
Além disso, chamou a atenção do pesquisador a predominância do improviso por parte dos professores e os preciosos minutos que se esvaem com a indisciplina, além do baixo nível dos professores brasileiros que, segundo Carnoy, são mal formados pelos Cursos de Graduação.
Contudo o fracasso pedagógico das escolas brasileiras está centrado em alguns fatores decisivos, entre eles, a inexistência da supervisão escolar. As atividades realizadas pela prática docente em sala de aula são pouco planejadas, quase desconhecidas no ensino oficial e há estados em que o cargo de supervisor sequer existe.
Por outro lado, onde há supervisores, eles raramente visitam as escolas e, menos ainda, as salas de aula para inteirar-se do que de fato acontece nelas. Ficam imersos em atividades burocráticas ou prisioneiros de uma cultura que privilegia o controle sobre as escolas privadas, justamente aquelas que menos necessitam de supervisão.
Nesse sentido, para o pesquisador, a baixa qualidade da educação brasileira impede o potencial intelectual das crianças brasileiras e garante que, possivelmente, essas não terão um poder aquisitivo privilegiado. O Brasil ainda vive o peso da desigualdade, entre os quarenta por cento de brasileiros mais pobres e os vinte por cento mais ricos. A pesquisa foi composta de entrevistas junto aos funcionários dos ministérios de Educação dos governos centrais, estaduais e municipais, professores, diretores, alunos e pais. Em seguida, foram filmadas as aulas de matemática para entender como esses sistemas escolares funcionam.
Verificamos que os problemas apontados pelo pesquisador americano influenciam a maneira pela qual a educação é organizada. Sob esse enfoque, importa ressaltar a atuação dos supervisores escolares sobre os professores, na educação brasileira, no sentido de visualizar medidas de maior desempenho, de forma a apreender melhor o comportamento dos educandos em sala de aula, por meio de uma administração escolar efetiva, focada no aprendizado dos alunos, uma prioridade da nossa sociedade.
Com base nesse entendimento, observa-se a necessidade de uma política consistente de melhoria da gestão escolar, mediante um conjunto de ações, pelas quais se promove o desenvolvimento da autonomia escolar, caracteriza pela capacidade de tomada de decisões em atendimento às necessidades do cotidiano escolar, assim como a implementação de seu projeto político pedagógico. Tais ações, além de orientar a descentralização da gestão pedagógica, administrativa e financeira das escolas, promovem um conjunto de atuações para o seu fortalecimento, dentre elas, a capacitação continuada de gestores escolares, bem como o efetivo acompanhamento destas ações pelos supervisores de ensino.
Isso se mostra pertinente pela hipótese de que o trabalho do supervisor escolar é fator determinante no processo que tornará alunos mais talentosos, dotados de maiores possibilidades de alcançar resultados satisfatórios quando avaliados, para a melhoria da qualidade do ensino.
Em meio aos fatores apresentados, esta pesquisa busca analisar criticamente a atuação docente e a equipe gestora dessas unidades e refletir acerca das relações estabelecidas entre a equipe. Este trabalho permite ainda, que se possa atingir uma visão clara das funções exercidas pela supervisão pedagógica no sistema educacional brasileiro, de forma a modificar comportamentos sociais e iniciar um caminhar em direção ao campo de uma melhor atuação da supervisão pedagógica educacional.
Especificamente, o presente estudo procura analisar o desempenho do supervisor pedagógico frente às Unidades Escolares, bem como um envolvimento maior com os educandos, de forma a acompanhá-los no decorrer das aulas, conforme a disponibilidade da equipe de supervisão a fim de solucionar os problemas apontados pelo pesquisador americano. 
Este estudo constará de pesquisa bibliográfica sobre o tema proposto.  Serão lidas obras de fundamentação teórica, de estudiosos comprometidos com a questão da supervisão pedagógica no contexto educacional do país. O trabalho abrange duas partes: a primeira abordará concepções relacionadas à prática da supervisão escolar e o trabalho coletivo na escola; será apoiado, também, nos aspectos teóricos da formação do educador. Para tanto, realizaremos uma crítica integradora, com o intuito de observar questões relevantes sobre o êxito do processo pedagógico, o papel de articulador fundamental dos supervisores, orientadores e diretores para garantir a qualidade do saber.
Ressalta-se ainda que, dentre as ações promovidas e voltadas para a contínua interação de experiências entre gestores escolares, consolida-se o princípio da competência como um critério fundamental para o exercício da importantíssima função da supervisão escolar, como de resto deverá ser o exercício de todas as funções em educação.
 
CAPÍTULO I
 
1.     A EDUCAÇÃO BRASILEIRA E O PERFIL DO EDUCADOR
 
Os pilares sobre os quais erguem as construções sólidas se baseiam em conhecimentos específicos que exigem técnicas especiais. Nesse sentido, o mesmo princípio se aplica à área da Educação, que deve ser comandada por indivíduos cuja qualificação atenda de forma a exercer com excelência o ofício. Ocupando um espaço cada vez mais vital nas sociedades contemporâneas, a escola vive enormes desafios, dentre eles, a reflexão sobre os conhecimentos fundamentais para a formação de crianças, adolescentes e cidadãos. Desse modo, tais conhecimentos estão centrados na formação de valores que permitam a convivência pacífica e a construção da igualdade, no preparo de cidadãos capazes de intervir na realidade próxima e incutir no contexto global. Em outras palavras, a escola vive, em todas as suas esferas, a busca de sentido. 
Assim sendo, o desafio começa a partir do mais essencial de seus ensinamentos: a alfabetização. Por esse exemplo, é possível observar como a função da escola passou a ser maior e mais incisiva. Se formar leitores, há algumas décadas significava iniciar mecanicamente a criança no mundo do bê-a-bá, na atualidade implica desenvolver competências que lhes permitam percorrer pela sociedade do conhecimento.
Nesse contexto, desenvolver a competência leitora é mais do que alfabetizar: é habilitar o aluno, como cidadão, a transitar por uma diversidade de gêneros textuais, contextos e situações comunicativas, tornando-o leitor de informações científicas, noticiários, descobrindo sentidos a partir de referências semânticas constituídas por cada contexto apresentado.
A autora Ana Maria Machado, em artigo presente, no livro Balaio: livros e leituras (2007) descreve a importância da leitura na formação do professor, destacando o agravante de que há uma certa resistência por parte de professores de entrar em contato com os livros, “Um objeto estranho e com tal carga simbólica que o ameaça”, conseqüência de sua má-formação, cada vez mais longe da leitura livresca.
Esta colocação abre precedente para uma reflexão sobre o professor enquanto um sujeito-leitor, ou não-leitor. As possibilidades de leitura são diversas, o contato diário com diferentes materiais de leitura, como: livros didáticos, trabalhos dos alunos, comunicados escolares, podem classificar o professor como um leitor. No entanto, se o docente não sentir a leitura como uma necessidade para si e não somente como uma exigência burocrática, ele não passará de um leitor casual, e pouco conseguirá contribuir para a formação de novos sujeitos-leitores. Logo, a caracterização do professor como leitor ou não-leitor está relacionada à significância que o próprio profissional concerne às atividades que realiza como docente.
O docente atual, mais do que dominar o seu componente curricular deve se constituir um sujeito-leitor, postura propícia para despertar no jovem o prazer por essa prática. O professor deverá encantar o seu aluno. Para a autora Isabel Solé, 1998, “O interesse pela leitura se cria, se suscita, se educa”.Poucos são os docentes que propiciam cenas de leitura ao seu aluno. Com exceção dos profissionais da área, esse problema configura como um dos maiores impasses da educação brasileira e que resulta em professores mal instruídos, que pouco se atualizam e que representam grande parte do ensino público. Se os alunos vissem seus professores de matemática, química, física com livros de literatura, no seu cotidiano, teriam um maior interesse pela leitura e os teriam como exemplo, principalmente pelo fato de apreciar a disciplina. Enfim, trata-se apenas de uma constatação.
A profissão de professor requer conhecimento e bagagem, entretanto o essencial situa-se muito além desses requisitos e está em compartilhar, instruir-se dentro de um contínuo aprendizado. Ler aquilo que o cerca, sentir o seu espaço social.
A partir das observações elencadas, importa ressaltar que a educação brasileira comporta períodos de incerteza, que caracterizam fundamentalmente a profissão docente. São esses momentos que precisam ser considerados na formação do professor. Neles, o professor reflete sobre sua prática e toma decisões, fundamentada em sua formação e em seu conhecimento da prática.

 
1.1  A SUPERVISÃO ESCOLAR: PADRÕES DE COMPETÊNCIA

Já é amplamente disseminado que a qualidade da educação se assenta na competência de seus profissionais em oferecer aos alunos e a sociedade em geral experiências educacionais capazes de promover o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias ao enfrentamento dos desafios vivenciados na atualidade.
A competência para o exercício de uma função está fundamentada em padrões mínimos necessários para o bom desempenho das responsabilidades que caracterizam determinado tipo de atividade profissional. Isso supõe a capacidade de executar uma ação específica ou dar conta de uma responsabilidade peculiar em um nível de execução suficiente para obter os efeitos pretendidos, ou seja, a competência envolve conhecimentos, habilidades e atitudes referentes ao objeto de ação.
Assim sendo, estabelecer seu próprio balanço de competências implica na contínua formação pessoal. O educador Philippe Perrenoud aponta para este questionamento:
A lucidez profissional consiste em saber igualmente quando se pode progredir pelos meios que a situação oferece e quando e mais econômico e rápido apelar para novos recursos de autoformação: leitura, consulta, acompanhamento de projeto, supervisão, pesquisa-ação ou aportes estruturados de formadores, suscetíveis de propor novos saberes e novos dispositivos de ensino-aprendizagem (PERRENOUD, 2000, p. 115).

Nesse sentido, desenvolver continuamente a competência profissional institui um desafio a ser assumido pelos profissionais, pelas escolas e pelos sistemas de ensino, juntamente com as políticas públicas, já que essa perfaz a condição fundamental da qualidade de ensino. A busca permanente pela qualidade e melhoria contínua da educação passa pela definição de padrões de desempenho e competências dos gestores de ensino.
Para Perrenoud, (2009, p. 13) “[...] a competência é adquirida, ninguém nasce competente, nós nos tornamos competentes à medida que nos apropriamos dos recursos e treinamos a sua mobilização”.
A definição centrada nas competências tem por objetivo estabelecer parâmetros necessários, tanto para orientar o exercício do trabalho, como para orientar os estudos e preparação para esse aprendizado. Também estabelece um sistema e avaliação de efetividade do trabalho realizado. Em última instância, o desempenho focado nas competências constitui condição fundamental para que os sistemas de ensino possam selecionar os profissionais com as melhores condições para o seu desempenho, tal como é sua responsabilidade, assim como orientar o contínuo desenvolvimento dessas competências e realizar a sua avaliação para orientar o seu aprimoramento.


1.2  A SUPERVISÃO ESCOLAR E SUAS ORIGENS HISTÓRICAS


As décadas de 1980 e 1990 acompanharam o desenvolvimento da área da supervisão de ensino. Nos anos 80 surgiram as primeiras publicações sobre o tema (Alarcão 1982: Alarcão e Tavares 1987; Sarmento 1988) e as primeiras tentativas de concepção de uma área em manifestação. Nessa época, iniciaram-se os primeiros mestrados em supervisão e no início da década de 90 surgiram as primeiras teses de doutorados em supervisão. A investigação em supervisão é hoje institucionalmente aceita como área de realização de mestrados e doutorados e o termo é claramente demarcado em títulos de artigos e revistas.  A inovação desse modelo está centrada, sobretudo, na modalidade formativa e nos papéis assumidos pelo supervisor.
No que se refere ao percurso histórico, inicialmente podemos nos reportar à sociedade feudal, em que a prática do comércio era de subsistência, onde o homem produzia para sua própria sobrevivência e o que se praticava era a troca dos produtos excedentes ao consumo.
Na sociedade medieval, a prática dessas trocas sistematizou-se dando inicio à organização da sociedade capitalista. No Brasil a idéia de supervisão aparece no Plano Geral dos jesuítas, adotado especialmente após a morte de padre Manoel Nóbrega, ocorrida em 1570.  Nesse documento, a função supervisora é abstraída das demais funções educativas e representada como tarefa específica, para a qual, em conseqüência, é destinado um agente, também específico, distinto do reitor e dos professores, denominado prefeito dos estudos (SAVIANI, 2003).
Nesse contexto, um conjunto de regras desponta cobrindo todas as atividades dos profissionais diretamente ligados ao ensino: do reitor, do prefeito de estudos, professores, bem como, de cada matéria de ensino e de todas as demais regras dos alunos e das diversas academias.
Segundo Saviani (2003), à figura do prefeito geral de estudos, como assistente do reitor, cabia auxiliá-lo na boa ordenação dos estudos, a quem os professores e alunos deveriam obedecer, e cujas funções eram reguladas por regras que estabeleciam deveres, incumbências e obrigações.
Com a expulsão dos jesuítas, extinguiu-se seu sistema de ensino e foi em 1759, que se instituíram as reformas da instrução pública. Foram criadas assim, as aulas régias, onde não ficava evidenciada a função supervisora do prefeito dos estudos até então valorizada na época jesuítica.
Saviani (2003), relata que a partir do século XIX, a figura do supervisor torna a ser necessária quando o ministro do Império constata que as escolas estavam necessitando de uma supervisão permanente, uma vez que a situação do ensino era lastimável.
O estado de São Paulo foi o primeiro entre 1892 e 1896 a instituir na organização do ensino primário, a forma dos grupos escolares. Surge a função do Inspetor Escolar, defendendo uma idéia de fiscalização, em prejuízo da ação pedagógica. Na década de 20 surge a figura da supervisão com uma nova proposta, a de estabelecer padrões de comportamento bem definidos e critérios de avaliação do rendimento escolar visando a eficácia do ensino.
A supervisão educacional nas décadas de 60 e 70 era vista como especialidade pedagógica com o objetivo de garantir os meios e a eficácia dentro da escola. Já nos anos 80, houve uma transformação e o supervisor foi excluído de algumas práticas. A partir dos anos 90, começa um processo de reestruturação da ação supervisora e é nessa época que a função do supervisor é apontada como fator importante para a mudança nas escolas.      
Com a nova Lei de Diretrizes e Bases do ensino, a figura desse profissional ganhou papel de destaque. A legitimidade da presença deste profissional nas escolas passa a ser amparada pelo artigo 33 da Lei 5692/71. A referida lei trazia subentendido o modelo de escola a serviço do desenvolvimento econômico do país: uma escola descentralizada e voltada para os interesses da comunidade na qual se inserisse. A escola, dentro desse modelo idealizado, seria um sistema social, interagindo entre si de forma harmoniosa, para atender as diferentes demandas escolares e às múltiplas especializações exigidas pela tecnologia moderna.
Nessa nova concepção, a supervisão passa a ser compreendida como um conjunto de especialistas e professores para a realização dos objetivos propostos. O novo modelo apresentado de supervisão era atrelado às instâncias superiores, sem uma participação efetiva das políticas públicas, de forma que cabia-lhe cumprir somente o que lhes era determinado, muitas vezes alienado da realidade social das comunidades onde a escola está inserida.
 Sem autonomia para atuar no interior da escola, esse perfil de supervisor de ensino reveste-se de arbitrariedade. Para Neubauer, (In FERREIRA 2002) este sistema leva o supervisor a exercer um papel controlador principalmente dos aspectos burocráticos da estrutura escolar, consolidando um papel isolado e pouco motivador. Um papel de policial do sistema, pouco crítico e criativo, distante à formação teórica que permeou sua especialização.
Para Demerval Saviani (2003), era de se considerar que, para exercer essa profissão era necessário um fundamental requisito, uma identidade própria, isto é, um conjunto de características exclusivas que a distingue das demais atividades profissionais. Podemos perceber, assim que a ação supervisora não pode restringir-se aos limites da unidade escolar, visto que as funções nela desenvolvidas estão na esfera da Coordenação Pedagógica.
Desse modo, a supervisão passa a articular escolas e redes escolares; orientá-las para as finalidades maiores da educação; harmonizar políticas públicas voltadas para o bem comum e para a construção da sociedade que se deseja construir.
Com um novo perfil de Supervisor de Ensino no Estado de São Paulo, discutido em documentos da Secretaria da Educação e do Sindicato (APASE), o Supervisor de Ensino se apresenta como um agente de Estado, transformador e implementador de políticas públicas. Valendo-se dessas características de liderança, de articulação, de coordenação e de orientação na implementação do projeto político-pedagógico, mostra-se uma relação de parceria com as unidades escolares sendo co-responsável pela qualidade do ensino.





1.3  A AÇÃO COLABORATIVA DA SUPERVISÃO ESCOLAR


Entre os inúmeros problemas e conflitos presentes no meio educacional, condicionados a um reflexo oriundo da transformação social, já a partir de quatro décadas, quando novos paradigmas sócio-econômicos e informacionais passaram a dominar os movimentos estruturais e os valores humanos até então adotados, é que se encontra encerrada a escola contemporânea. 
Dentro desse contexto, na medida em que esta avalanche veio avançando foi se incorporando aos novos mecanismos políticos, econômicos e sociais pertinentes a marcantes períodos históricos, como a acuidade da globalização nos anos noventa, associada à fúria do capitalismo que se torna soberano no mundo face ao já decadente regime socialista, que desaba com o muro de Berlim em 1989. Esta nova fase, marcada pelos grandes avanços tecnológicos e científicos passa a alterar radicalmente todo o conceito de vida, família e sociedade.
Esta nova modalidade comportamental, aliada a uma exorbitante produção e oferta de produtos áudios-visuais, eletro-eletrônicos, acaba incitando os anelos de consumo de crianças, jovens e adultos em geral, cuja maioria das famílias, desprovidas de orçamentos compatíveis aos novos hábitos e consumo antes desnecessários e no desejo de acompanhar e se adequar ao novo círculo cotidiano, se viram forçados a inserirem-se aos novos paradigmas. Contudo, um novo conceito de sociedade passa a imperar, o que fica bem definido nas palavras de Vasconcelos, ao descrever:
Tomando como recorte histórico os últimos quarenta anos, podemos perceber na sociedade brasileira mudanças profundas. De predomínio anteriormente rural, torna-se urbana (com desenraizamento econômico, cultural, afetivo, religioso), havendo um acelerado processo de industrialização e de expansão das telecomunicações (VASCONCELOS, 2004, p. 24).

Concomitantemente a tais fatores, influenciadores da alteração do comportamento dos adolescentes e jovens, somaram-se o excesso de informações procedente dos meios de comunicações, audiovisuais e virtuais à disposição e cotidianamente expostos a este público, os quais fazem com que os alunos deixem de se interessar ou avaliar a importância do conteúdo curricular da escola que, para muitos, é visto como desnecessário e sem importância. Dessa forma, imaginam que todas as informações estão disponíveis via internet, sem considerarem, porém, que informações de telas são geralmente rápidas e não se fixam ao cognitivo.
A todos estes problemas, adicionam-se ainda programas governamentais que, diante de obrigatoriedade em demonstrar resultados satisfatórios perante as avaliações internacionais. A Educação necessitou buscar um viés focando o “quantitativo”, ou seja, trazer para as escolas, um público totalmente alheio a esta performance. Isto incluiu uma grande diversificação de classes, modo de vida, problemas sociais, familiares, religiosos entre tantos, comprometendo o ambiente escolar, antes freqüentado por uma clientela que, realmente freqüentava a escola com o objetivo de estudar, fato bem definido pelas palavras de Chrispino,
Temos defendido que a massificação da educação se, por um lado, garantiu   
                         o acesso dos alunos à escola, por outro, expôs a escola a um contingente       de alunos cujo perfil ela – a escola – não estava preparada para absorver. Antes, em passado remoto, a escola era procurada por um tipo padrão de aluno, com expectativas padrões, com passados semelhantes, com sonhos e limites aproximados. Os grupos eram formados por estudantes de perfis muito próximos. Com a massificação, trouxemos para o mesmo espaço alunos com diferentes vivências, com diferentes expectativas, com diferentes sonhos, com diferentes valores, com diferentes culturas e com diferentes hábitos [...], mas a escola permaneceu a mesma! Parece óbvio que este conjunto de diferenças é causador de conflitos que, quando não trabalhados, provocam uma manifestação violenta. Eis, na nossa avaliação, a causa primordial da violência escolar (CHRISPINO, 2007, p. 11-28).

Com todos estes infortúnios, surge, portanto, a escola atual, com o compromisso de se fazer adequar às mudanças necessárias, cuja responsabilidade torna-se um desafio imediato à Supervisão Escolar, cujo papel centra-se como um mediador entre: direção, alunos, professores, famílias e regimento interno. Na visão de Ronca e Gonçalves (1997), os profissionais da educação correspondem a uma categoria que, dedicados à missão de ensinar, malgrado todas as injustiças que lhe recaem em detrimento como: baixos salários, indisciplina e banalização de seu status profissional, ainda assim, encaram o magistério como vocação e conseguem se realizar ao ver o crescimento de seus alunos e assim ressalta:
A dedicação é tão grande que muitos ainda encaram o magistério como vocação e diante do miserável salário que recebem conseguem se sentir plenamente realizados, argumentando que a relação estabelecida com o aluno e o crescimento deste compensam plenamente o esforço feito ( RONCA E GONÇALVES. In ALVES, 1997,  p. 29).

Diante de todo este quadro, segundo os autores, surgem indagações diversas, dentre as quais: por que, a escola brasileira é tão ruim? Por que 50% (cinqüenta por cento) de nossas crianças repetem a 1ª (primeira) série do primeiro grau, apesar de tantas horas na escola e passam tão despreparadas para as séries posteriores, ficando à prova o árduo trabalho de profissionais da educação e em geral o questionamento do Supervisor de Ensino com cobranças no sentido de, como está sendo suas providências para a melhora no desempenho da escola, da qualidade, da eficiência. Somando-se a essas questões apresenta-se, para ainda mais complicar o trabalho da supervisão, a pouca atenção de dirigentes, as curtas verbas para a educação, a necessidade de acompanhamento às evasões e, por outro lado, como ainda mencionam:                
De outro lado, há todo um cuidado do poder central para que a educação não seja utilizada para desvelar a sociedade de classe na qual vivemos: diretores de escola são punidos, associações de classe de educadores são perseguidas, os livros didáticos são controlados. Por outro lado ainda, existem investimentos com educação no Brasil de hoje, que abrem perspectivas de acesso à escola a uma parcela cada vez mais numerosa das camadas populares (RONCA E GONÇALVES. In ALVES, 1997, p. 31).

         Com todas estas questões, cotidianamente surgem novas e árduas situações carentes de imediatas e acertadas providências dos supervisores. A acrescente-se o despreparo dos professores que, segundo os autores, neste contexto tão complexo e tão contraditório o profissional da educação, obrigado a trabalhar muito com um salário cada vez mais reduzido, fica esmagado pelo seu cotidiano e não consegue perceber a relação entre educação e sociedade. Uma conseqüência disso é ou um ativismo desenfreado que faz com que o educador não tenha tempo e condições de refletir sobre sua ação, ou então um verbalismo vazio e inócuo que não leva a nada.
         É dentro deste contexto que afirma Balsan:
[...] a escola tem falhado estrondosamente, deixando de satisfazer às suas expectativas. Se o primeiro grau tem se revelado ineficiente, o segundo revela-se inoperante. Aqui não se trabalha com os alunos em função daquilo que eles realmente são, mas sim daquilo que nós, professores, gostaríamos que eles fossem. O sistema, longe de recuperar os alunos considerados defasados culturalmente, limita-se a classificar, selecionar e expurgar  (BALZAN, 1982. In ALVES, 1997, p 31).

Desse modo, aos olhos destes teóricos, a superação desta situação é um desafio que se oferece para a ação colaborativa da supervisão escolar e ao papel que se designa a este profissional. E segundo o conceito desta área, afirma-se que: “Numa escola, compete ao Supervisor criar condições para que os educadores possam rever a sua atuação [...] principalmente perceber o seu papel e o que fazer para melhorar a situação” (RONCA e GONÇALVES. In. ALVES, 1997).
            CAPÍTULO II                        


2.  SUPERVISÃO ESCOLAR


O olhar sobre o trabalho de supervisão escolar percorre fatos e conceitos de sua história; para que se possa conceber suas origens, bem como os seus avanços, nos reportamos ao papel do supervisor em relação aos Parâmetros Curriculares:
[...] com a implantação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (Brasil, MEC, 1997), a supervisão educacional poderá ser uma grande aliada do professor na implementação, associada à avaliação crítica, desses parâmetros. Mas, para que se possa alcançar esse objetivo, é necessário que a supervisão seja vista de uma perspectiva baseada na participação, na cooperação, na integração e na flexibilidade. Nesse sentido, reconhece-se a necessidade de que o supervisor e o professor sejam parceiros, com posições e interlocuções definidas e garantidas na escola (RANGEL, 2004, p. 8).

No contexto brasileiro, a supervisão abrange uma concepção e apresenta-se como uma prática considerada recente. A profissão surge nos anos 70 sob um cenário sócio-político e econômico pelo qual o país enfrentava. A partir desse contexto, o supervisor escolar assume as responsabilidades pelo funcionamento geral da escola em todos os setores, tais como administrativo, burocrático, financeiro, cultural e de serviços.
Na definição de Rangel (1997), a supervisão caracteriza-se por um trabalho de assistência ao professor, em forma de planejamento, acompanhamento, avaliação e atualização do desenvolvimento de processo ensino-aprendizagem. A sua função, embora ocupe uma conotação política dentro das unidades a que se ocupam, exerce uma função sociopolítica crítica, conforme destaca o pesquisador,
[...] confirmam-se, então, a idéia e o princípio de que o supervisor não é um “técnico” encarregado da eficiência do trabalho e, muito menos, um “controlador” de “produção”; sua função e seu papel assumem uma posição social e politicamente maior, de líder, de coordenador, que estimula o grupo à compreensão – contextualizada e crítica – de suas ações e, também, de seus direitos (RANGEL, 1997, p. 151).

Como já ressaltado, ao longo da História da Educação, observam-se alguns conceitos no que se refere o trabalho dos profissionais dessa área, em especial o da supervisão educacional. Os atuais problemas os quais a educação se ocupa estão diretamente relacionados à dinâmica do processo pedagógico. No entanto, traduzir o novo processo pedagógico em curso na sociedade implica em direcionar responsabilidades de cada função dos gestores da educação. A partir desse propósito, considera-se fundamental construir alternativas que assentem a educação a serviço do desenvolvimento de relações verdadeiramente democráticas.
Em tempos em que a sociedade se processa de modo espontâneo, não distinto de outras ações humanas, já se fazia presente uma forma peculiar de supervisão. Os mais velhos exerciam uma influência sobre os mais novos, uma forma indireta, não estruturada no sentido de se apresentar como uma ação do processo educacional e social.
Segundo Foulquié (1971: 452, apud Saviani), supervisão é a ação de velar sobre alguma coisa ou sobre alguém a fim de assegurar a regularidade de seu funcionamento ou de seu comportamento. Assim entendida, a supervisão se processa mesmo sem a consciência de seus fundamentos e das pessoas que a exercem de modo difuso e indiferenciado.

A escritora Mônica Gather Thurler, oferece uma clara visão sobre o papel que a ação do supervisor exerce sobre a qualidade da educação nas escolas:

As melhores escolas, aquelas que agregam valores aos seus alunos, são produto da intervenção de uma liderança, que imprime sua marca, sua competência ou seu mérito na construção dessa identidade. Essa liderança seja exercida pelo diretor, professor, coordenador ou qualquer outro agente, configura uma ação de supervisão, chegando-se à conclusão de que ela é necessária e se faz valer quando bem conduzida e percebida como tarefa específica e integrada aos processos cognitivos e educacionais: os fenômenos objetivos de liderança são fortemente influenciados pela sociologia espontânea dos atores (THURLER, 2001, p.144).

 

Visto dessa forma, é importante reconhecer que todo trabalho em educação, pela sua natureza formadora, implica ação de liderança. O exercício contínuo da liderança em todos os segmentos e momentos constitui um elemento básico para a melhoria da escola. Em síntese, evidenciar o papel e a importância da liderança na escola, assim como condições para sua expressão é sempre oportuno.

O trabalho dos gestores educacionais se assenta, pois, sobre sua capacidade de liderança de influenciar a atuação das pessoas, para a efetivação dos objetivos educacionais da escola e superação das limitações naturais de toda organização social, caracterizada pela dinâmica de um conjunto de pessoas com valores, percepções e nível diferenciado de competências.

Gestores capazes estabelecem interligações entre a escola e a comunidade e, dessa forma, a organização do talento humano tem sido identificado como fator crucial para atuar coletivamente na promoção dos objetivos educacionais Observa-se, pois, que nenhuma escola com ensino de qualidade existe, sem que tenha liderança ativa.   



2.1 SUPERVISOR DE ENSINO: ATRIBUIÇÕES


A escola envolve diferentes segmentos de sujeitos que fazem a sua história, tecendo seu projeto educativo. Nesse contexto, está o serviço de Supervisão Escolar, como parte da coordenação pedagógica da escola que, juntamente com a Orientação Educacional, organiza, orienta e assessora o corpo docente a fim de que planeje a ação pedagógica a ser desenvolvida com os alunos na busca da construção das condições para que aconteça o processo de ensinar e aprender com qualidade.
    Planejar significa pensar o antes, o durante e o depois, no sentido de melhorar o fazer pedagógico. É nessa significação que deve atuar a Supervisão Escolar na Escola.  Organizar reuniões de estudos, em que se aprofundam teorias que dão luz às práticas desenvolvidas é uma tarefa da supervisão. Para tanto, é necessário, também, estudar muito, ler e, principalmente, fazer a leitura do cotidiano das práticas, diálogos e apelos dos professores e professoras.
      O Serviço de Supervisão Escolar tem como parâmetro para sua ação, o seu Plano de Ação, por isso esse é o seu foco de atuação, desde a elaboração, retomada, aplicação, execução e avaliação, primando pelo envolvimento e participação de todos os envolvidos na Escola.
O poder orientador do supervisor escolar supõe uma concepção mais pedagógica concebida como uma construção diária do trabalho de professores e de toda a equipe escolar, Para Isabel Alarcão (RANGEL, Mary. Apud Alarcão I, 2004, p.7)  O supervisor passa, assim, a ser parte integrante do coletivo dos professores, e a supervisão realiza-se em trabalho de grupo”. Isso supõe que o principal enfoque da supervisão esteja na ênfase proposta ao processo didático, pelo qual o currículo se implementa em sala de aula.
O desenvolvimento institucional ocorre por meio da interação que se estabelece nas relações entre as organizações e o meio envolvente, bem como também nas interações entre seus membros. Isso supõe que a vida das instituições, assim como dos membros que a compõe, desenvolve culturas, regulamentos, rotinas. O equilíbrio baseia-se numa atuação interativa entre membros com diferentes funções e diferentes perspectivas, de que deverá resultar a concretização em ações contextualizadas de um pensamento estratégico interativamente construído.
Como agente administrativo e pedagógico junto às unidades escolares, o supervisor de ensino atua, numa relação de parceria e companheirismo, como articulador e elemento de apoio à formulação das propostas pedagógicas das escolas, orientando, acompanhando e avaliando a sua execução, prevenindo falhas, redirecionando metas e orientando as equipes escolares.
Como agente de supervisão, também é responsável pela qualidade do ensino oferecido pelas escolas, devendo identificar os possíveis pontos de aperfeiçoamento ou de revisão encontrados nos processos de formulação e ou execução das diretrizes decorrentes dessas políticas. Ao supervisor de ensino compete avaliar os impactos dos programas e das medidas implementadas, propor alternativas de melhoria, superação ou correção dos desajustes detectados às respectivas instâncias, buscar, em conjunto com a equipe escolar, soluções e formas adequadas ao aprimoramento do trabalho pedagógico e à consolidação da identidade da escola.
O supervisor favorece, como mediador, a construção da identidade escolar por meio de propostas pedagógicas seletas e de qualidade. Além disso, como membro de supervisão de instância regional, atua como parte de um grupo, que se articula com a oficina pedagógica e demais setores das Diretorias Regionais de Ensino; ainda realiza estudos e pesquisas, trocando experiências profissionais, aprendendo e ensinando numa atitude participativa e de trabalho compartilhado; participa da construção dos planos de trabalhos, visando promover o fortalecimento da autonomia escolar; estabelece propostas, a partir de indicadores, inclusive os resultantes de avaliações institucionais, para o aprimoramento da gestão pedagógica e administrativa.
Além disso, fortalece canais de participação da comunidade, propõe e executa políticas educacionais e, ao mesmo tempo, constitui um elemento de articulação e mediação entre essas políticas e as propostas pedagógicas desenvolvidas em cada uma das escolas das redes pública e privada, exercendo, no sistema de ensino, as funções de assessorar, acompanhar, orientar, avaliar e controlar os processos educacionais implementados nos diferentes níveis desse sistema.
O Supervisor de Ensino é o elemento que compõe a estrutura básica da instância regional das Diretorias de Ensino. É participador atuante da definição de políticas públicas educacionais referentes à educação básica, atuando junto aos órgãos formuladores dessas políticas, para assegurar diretrizes e procedimentos que garantam o cumprimento dos princípios e objetivos da educação escolar.
Esses quesitos se explicitam mediante o domínio de competências, tais como, ser conhecedor da natureza, organização e o funcionamento da educação escolar, suas relações com o contexto histórico-social e com o desenvolvimento humano; da gestão e administração do sistema escolar, seus níveis e modalidades de ensino; conhecer os fundamentos e as teorias do processo de ensinar e aprender; relacionar princípios, teorias e normas legais a situações reais, objetivando a melhoria do padrão de qualidade do ensino e aprendizagem; socializar informações e conhecimentos; buscar e produzir conhecimentos relativos à formação permanente de pessoal.
Em síntese, sua atuação exige compromisso com a educação pública, conhecimento e entendimento sobre a política educacional, liderança e sensibilidade no relacionamento interpessoal e capacidade para trabalhar em equipe, competência técnica e ética profissional na docência e na gestão escolar.
Um dos desafios que se colocam à supervisão escolar refere-se à ampliação de seu campo de atuação a fim de incluir, para além da formação inicial dos professores, também a responsabilidade pelo desenvolvimento qualitativo da escola.
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo traça o perfil exigido para o especialista de educação supervisor de ensino para as Instituições públicas do estado de São Paulo.
Comunicado SE de 30 / 07/ 2002:
[...]  O Secretário da Educação, considerando a importância da função do supervisor de ensino como uma das lideranças fundamentais para o desenvolvimento das políticas  educacionais e consolidação das propostas pedagógicas das escolas; de se poder contar com equipes efetivas de supervisores de ensino constituídas por profissionais devidamente preparados; comunica às autoridades de ensino e aos interessados que fará realizar concurso público de provas e títulos para o preenchimento de supervisor de ensino, disponíveis no quadro de recursos humanos da SEE, na conformidade do perfil de profissional  desejado e dos referenciais que fundamentam o exercício da função. Os subsídios que seguem, constituídos pelo Perfil do profissional, Temário e Bibliografia serão complementados, por instruções a serem publicadas oportunamente (SE de 30 / 07/ 2002).

Em suma, as redes de ensino, para garantir o perfeito trabalho de supervisores, diretores escolares e coordenadores pedagógicos deveriam se estruturar de forma que cada membro da equipe gestora assuma as responsabilidades que lhe cabem. Dentre as funções para o trio gestor, ressalta-se:
        DIRETOR
§    Responde legalmente, judicialmente e pedagogicamente pela escola.
§    Assegura, acompanha e controla os materiais e os recursos financeiros da escola.
§    Articula o relacionamento com a comunidade interna e externa escola.
§    Colabora nas decisões da rede e concretiza as políticas públicas na escola.
§    Lidera a elaboração e revisão do projeto político-pedagógico.
Garante as condições para o cumprimento do projeto.
§    Assegura e acompanha os momentos de planejamento e estudo da equipe.
§    Cuida do desenvolvimento dos profissionais.
§    Levanta, analisa e acompanha o desempenho dos alunos.
§    Desenvolve projetos institucionais em parceria com o coordenadores e equipe.
§    Articula a equipe para o planejamento e a realização das reuniões de pais.
§    Elabora o cronograma e realiza reuniões regulares com os diferentes segmentos da escola.
§    Orienta a organização do espaço e assegura a exposição das produções dos alunos.
§    Garante o acesso ao acervo da escola.
         COORDENADOR PEDAGÓGICO
§    Coordena os momentos de formação em serviço dos professores.
Participa junto com os professores do planejamento das atividades e acompanha sua realização.
§    Observa aulas dos professores para ajudá-los no desenvolvimento das atividades.
§    Realiza com os professores nas reuniões de pais.
§    Colabora na elaboração do projeto político-pedagógico.
§    Cuida para que o projeto seja cumprido no dia a dia.
§    Acompanha e analisa junto com os professores o desempenho dos alunos.
§    Realiza, organiza e mantém os registros do trabalho pedagógico.
§    Realiza reuniões regulares com o diretor para analisar as condições e o processo de ensino e da aprendizagem.
§    Organiza junto aos professores a exposição das produções dos alunos.
§    Analisa e divulga o acervo da escola.
        SUPERVISOR
§    Sistematiza as diretrizes curriculares da rede.
§    Coordena e acompanha a formação de coordenadores e diretores.
 Acompanha, organiza e mantém registros da formação continuada na rede.
 Realiza e levanta estudos e pesquisas.
§    Articula a troca de experiências entre os profissionais das escolas.
§    Acompanha e articula a execução dos projetos político-pedagógicos das escolas com o Plano Educacional da Secretaria.
§    Acompanha e auxilia o trabalho dos gestores e coordenadores
§    Avalia o desempenho dos alunos e indicadores de aprendizagem das escolas.
§    Participa de comissões sindicantes.
§    Acompanha o cumprimento dos dias letivos.
O trabalho dos profissionais da educação, em especial da supervisão educacional, incide em demonstrar o novo processo pedagógico em curso na sociedade atual, suas contradições e promover as articulações necessárias para construir alternativas que coloquem a educação a serviço do desenvolvimento de relações verdadeiramente democráticas.
Para desenvolver este trabalho idealizado, o supervisor necessita ser um constante pesquisador, é necessário que ele antecipe conhecimentos para o grupo de professores, lendo muito, não só sobre conteúdos específicos, mas também livros e textos diversificados jornais e revistas. Entre as tarefas do supervisor, destaca-se a ação colaborativa da supervisão escolar, no sentido de auxiliar a elaborar e aplicar o Projeto Político Pedagógico da escola, dar orientação em questões pedagógicas e principalmente, atuar na formação continuada dos professores.
O supervisor deve trabalhar de forma coletiva junto aos profissionais da unidade escolar para que se possa fazer uma análise consciente sobre o cotidiano escolar de forma a atender as necessidades e aspirações da comunidade escolar, para uma melhor qualidade de ensino.
Organizar um processo de formação de supervisores escolares adequado às necessidades atuais da sociedade brasileira significa pensar uma proposta de trabalho que se inicie pela consideração das aspirações e das necessidades dos alunos e dos professores ao lado dos quais o futuro supervisor construirá sua prática profissional. Significa formar para a prática coletiva e para a organização da vontade coletiva.
Ensinar supervisão no Brasil hoje significa necessariamente pesquisar supervisão, examinar a prática que se desenvolve e investigar as situações que possam contribuir para o desenvolvimento qualitativo dessa prática. Mas para que esse saber estruturado sobre supervisão escolar se acumule será necessário entretanto, enfrentar também as dificuldades que se colocam no plano prático institucional.
Segundo pesquisas realizadas, nas universidades brasileiras, é extremamente reduzido o número de pesquisadores que fazem da supervisão escolar seu objeto de estudo preferencial. A escola, como organização social, deve se dedicar à reflexão, análise e a crítica da própria realidade em que se constitui. É indispensável que o supervisor da escola se expresse como educador e especialista.
Supervisionar uma escola é orientar sua administração para a realização do ensino. O que dá sentido ao trabalho administrativo do supervisor em educação é o seu caráter de suporte ao trabalho pedagógico. O trabalho pedagógico como um determinante do trabalho administrativo e considerar, assim, que o aspecto administrativo é também um componente do trabalho pedagógico.

CAPÍTULO III

 

 

3.  A EDUCAÇÃO E AS POLÍTICAS PÚBLICAS



A educação é um processo organizado, sistemático e, ao mesmo tempo em que se mostra de forma complexa, dinâmica e evolutiva, demanda não somente um hábil quadro funcional, como também a qualidade necessária para que se efetive o processo social de formação humana.
Todas as questões relativas ao contexto educacional brasileiro nos levam a avaliar a dimensão dos desafios enfrentados pela sociedade e a compreender a importância do papel do supervisor educacional como coordenador do trabalho integrado e coletivo em prol da melhoria da educação.
Desse modo, como um processo de formação, a educação se assenta sobre fundamentos e diretrizes de forma a dar unidade e consistência às ações educacionais promovidas para a formação e aprendizagem dos educandos. 
Em sentido amplo, conforme proposto no Art. 1º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
[...] a educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade e nas manifestações culturais. [...] a educação tem por finalidade promover o desenvolvimento pleno do educando, sua preparação para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (Art. 1º, 2º Lei 9.394/1996).

A gestão escolar constitui uma das áreas de atuação profissional na educação destinada a realizar o planejamento, a organização, a liderança, a orientação, mediação e o monitoramento dos processos necessários à efetividade das ações educacionais orientadas para a promoção de uma educação de qualidade. Desse modo, a gestão escolar, constitui-se em um meio ara a realização das finalidades, princípios, diretrizes e objetivos educacionais para a construção de práticas educacionais transformadoras.
Sabemos dos limites enfrentados pelos gestores e demais segmentos responsáveis pela educação social de um país. É vasto o espaço de atuação a ser explorado na construção de alternativas que superem os entraves e transformem a realidade. É na reflexão sobre esse universo de possibilidades que as políticas públicas nacionais para a Educação renovam-se permanentemente, cuidando de atualizar os gestores às novas idéias que passam a existir no cenário educacional.
Nesse sentido, uma cultura democrática pressupõe oferecer voz a todos os segmentos sociais, no sentido de conciliar necessidades em função da coletividade. Essa construção implica no aprendizado cotidiano que leve à formação de verdadeiras identidades democráticas.
Os indicadores de desempenho da educação brasileira, aferidos por meio de avaliações internas e externas demonstram o quanto ainda há por fazer na conquista de padrões satisfatórios de aprendizagem. Superar este desafio exige uma ação comprometida com a transformação da educação e a atuação do supervisor escolar pressupõe tal concepção, mantendo a linha condutora clara e objetiva de aperfeiçoar capacidades gestoras centradas no planejamento e na gestão da política educacional, em consonância com as diretrizes nacionais.
Dessa forma, ressalta-se a participação ativa da supervisão escolar em consonância com as políticas educacionais nacionais e, ao mesmo tempo, considerar a realidade educacional e social da nação, suas características, dificuldades, possibilidades e limites.


3.1  A EDUCAÇÃO NO ÂMBITO DAS POLÍTICAS SOCIAIS


O exercício de consolidação de um processo educacional mais amplo se inicia com uma reflexão coletiva, passa pelo estabelecimento de prioridades e metas, atribuição de responsabilidades e, finalmente, pelo acompanhamento de seus resultados. Evidentemente, tais fatores põem em jogo uma série de variáveis essenciais às políticas públicas educacionais.
A começar pela reflexão, que expõe não somente a visão que seus agentes apresentam sobre o significado do termo educar. Nesse sentido, a abertura de etapas do planejamento de redes e escolas a sujeitos externos ao ambiente escolar inseridos na sociedade e no mundo da cidadania é saudável para distinção do que se espera da formação dos novos indivíduos.
Todo esse processo torna concreto uma série de fatores, dentre eles, as prioridades, divergências, capacidade de análise e de realização. No entanto, por mais que se estenda àqueles que estão fora do contexto educacional, contudo dele se interessam, cabe oferecer ao planejamento uma hierarquia de acordo com a esfera que esteja em questão. Desse modo, o ambiente escolar deve priorizar a aquisição do conhecimento específico que docentes, coordenadores e gestores possuem, vinculando as possíveis habilidades ao definir o plano pedagógico.
Por tais razões, o ato de planejar representa a base da construção de uma educação que responda às necessidades sociais. Cada vez mais, este fator representa a chave de uma administração eficaz, o que também se aplica aos gestores públicos que apresentam como meta a qualidade da educação. Estabelecer uma análise precisa da situação de uma rede de ensino, definir suas prioridades, elaborar as metas e ações, bem como acompanhar seu andamento, o planejamento envolve importantes decisões no sentido de avaliar suas necessidades e contribuir para definir os rumos da educação da nação.

  
CONSIDERAÇÕES FINAIS


O desenvolvimento da competência profissional é de vital importância para uma atuação coletiva na educação. Sendo assim, a capacitação profissional constitui um processo fundamental para o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes para o correto exercício de atividades profissionais.
A capacitação dos gestores educacionais, sobretudo, do supervisor de ensino, representa um conjunto de ações com o objetivo de promover o desenvolvimento de competências profissionais a todos os que atuam na área, tendo como ponto de partida o desempenho profissional.
Mantendo como objeto essencial da atividade de supervisão escolar, a qualidade do ensino e da aprendizagem, deve ser hoje vista não simplesmente no contexto da sala de aula, mas no contexto mais abrangente da escola como lugar e tempo de aprendizagem coletiva e para si própria como organização de uma instituição que também aprende e se desenvolve.
No contexto de uma escola em permanente aprendizagem, concebe-se renovadas funções para o supervisor que, para além de formador de candidatos a professor, deverá ser líder de outras comunidades de aprendentes no interior da escola. Podemos dizer que uma das funções do supervisor consiste em desencadear ou fazer a leitura dos desafios e apoiar pessoas no processo de aprendizagem. Assim, as organizações aprendentes são um conjunto de atitudes, compromissos, processos e estratégias a serem cultivadas
Dessa forma, os problemas enfrentados pela sociedade atual, bem como a desagregação da vida familiar exigem que a escola, para além de centro de transmissão ou aquisição de saber, seja cada vez mais um local de orientação escolar e de afetividade. 
As sociedades vêm enfrentando, em razão da globalização, um grande desafio de adaptação e interação nos novos paradigmas tecnológicos, principalmente nos países em desenvolvimento que, despreparados ao excesso de informações, produtos, digitalização, entre outros, tornam-se vítimas de um novo comportamento social, necessário à sobrevivência da nova estrutura sócio-econômica.
Diante desse preceito, inúmeras alterações comportamentais afloram num contexto de identidade dessas classes, as quais, inevitavelmente eclodiram nas escolas, de forma abrupta, tendo que adequar-se à nova realidade funcional. Para tanto, a transformação se faz necessária também no âmbito da própria instituição escolar e, desse modo, a escola aprendente surge em substituição à escola que somente ensinava.
Dentro desse contexto, para que o funcionamento pedagógico se processe de forma satisfatória, necessário se faz que a educação busque cada vez mais profissionais que se enquadrem e se conscientizem destas mudanças comportamentais e possam fazer parte do processo de interação deste novo conceito. Assim, busque nos supervisores de ensino e nos orientadores educacionais profissionais comprometidos com a educação e compromissados, sobretudo, com a comunidade, família, pais. Ao supervisor de ensino, dentro deste comprometimento, possa transformar ou manter o bom equilíbrio no funcionamento da escola enquanto instituição educadora, na condição de elo entre regimentos, docentes, funcionários, no sentido de transformar o sistema homogêneo num sincronismo e numa escola que realmente apresente um ambiente de satisfação ao cidadão que nela espera formar-se.
É cada vez mais aguda, atualmente, a consciência de que se vivem profundas mudanças, as quais ainda não somos capazes de compreendê-las adequadamente. Essa realidade provoca uma incerteza que acende as mais variadas reações como busca de criatividade.

Educar, hoje, supõe ensinar não apenas habilidades e conteúdos diversos, mas socializar para a vida em sociedade. Considerando que o Brasil é um país de território extenso e com uma diversidade cultural e social imensa. A educação brasileira, em muitos pontos remete a um sistema de ensino expositivo e rotineiro, mas que espera por uma mudança substancial; considerando essa necessidade e emergência, o educador Philippe Perrenoud, em entrevista concedida à Revista Aprendizagem, ressalta que:

A urgência acarreta políticas autoritárias que colocam os atores numa posição defensiva, não havendo mudança nas práticas pedagógicas. Não se transforma um sistema educativo por decreto, em dois ou três anos. Só há evolução real e perene a longo prazo, dez anos ou mais. Essa evolução deve ser negociada, do início até o final, com os atores coletivos, como sindicatos, associações de pais, redes, autoridades locais. Ela deve estar fundamentada em propostas substanciais de formação dos profissionais e de acompanhamento de mudança (Revista Aprendizagem, 2009, p. 15).


Atualmente, o modelo democrático e participativo tem sido influenciado por uma corrente teórica que compreende a organização escolar como cultura. Esta corrente afirma que a escola não é uma estrutura totalmente objetiva, dimensível, independente das pessoas, ao contrário, ela depende muito das experiências subjetivas das pessoas e de suas interações sociais, ou seja, dos significados que as pessoas dão às coisas enquanto significados socialmente produzidos e mantidos. Em outras palavras, dizer que a organização escolar é uma cultura significa que ela é construída pelos seus próprios membros.
As concepções de escola, supervisão e gestão escolar refletem, portanto, posições políticas e concepções de homem e sociedade. O modo como uma escola se organiza e se estrutura tem um caráter pedagógico, ou seja, depende de objetivos mais amplos sobre a relação da escola com a conservação ou a transformação social.
Dada a abrangência e responsabilidade da função de gestão escolar, o compromisso com esta pesquisa incide em perceber a importância da função do Supervisor escolar e do Orientador Educacional, na instituição Escola sabendo utilizar em sua prática cotidiana seus conhecimentos teóricos, imprimindo significado ao processo educativo na consolidação do Projeto Político Pedagógico, colaborando assim, diretamente com a equipe de gestão escolar.
Dentro deste enfoque, a supervisão escolar deve cuidar do aperfeiçoamento profissional de todos os envolvidos no sistema educacional, sem descuidar da fiscalização, quando necessária; deve inovar as técnicas didáticas, onde e quando oportuno, deve centrar-se em análises e estudos que esclareçam objetivos e que por meio de técnicas diversas, planeje e se estruture de forma democrática e cooperativa, representando opções de caráter coletivo.
Do ponto de vista profissional, é preciso ousar e inovar: experimentar novas estratégias e tentar opções diferentes, a partir de uma visão integrada e participativa, que conjugue na prática os princípios democráticos. Como educador, o supervisor terá que ser autêntico, sabendo comunicar sua autenticidade e estando pronto para se encontrar com a legitimidade dos outros. Isso supõe ultrapassar o estreito campo de visão individual e aproximar de sua consciência de educador atuante e participante, em prol de uma sociedade mais humana, como sujeito de um destino coletivo a bem da educação.
O papel da escola hoje consiste em formar pessoas fortalecidas por seu conhecimento, orgulhosas de seu saber, além de solidárias com o mundo exterior, capacitadas tecnicamente para enfrentar o mundo do trabalho e da realização profissional. Neste contexto, os principais responsáveis pela execução eficaz da política educacional são elementos chaves para esse processo.
O acima exposto nos permite concluir que, em um tempo de transformações, a escola vive uma constante busca de novos caminhos. Trata-se de um processo complexo, que envolve a redefinição de estratégias que visem a formação de cidadãos do século XXI.
Em síntese, compreender e demonstrar o trabalho do orientador educacional e do supervisor de ensino no cotidiano escolar, bem como conhecer e identificar os princípios éticos que regem tais profissões e suas principais atribuições implica em entender o papel transformador desses profissionais dentro do convívio social para atingir o equilíbrio das relações interpessoais, constituindo-se um elo entre as Políticas Públicas e a Escola do futuro. 


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