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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A ARTE NO ENSINO DA LITERATURA


FACULDADE ESTADUAL DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE JACAREZINHO 
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ESTUDOS LINGÜÍSTICOS E LITERÁRIOS 
 
   
TÍTULO:  A Arte no Ensino da Literatura 
 
   
AUTORA: Selma Cristina Freitas Pupim 
 
  
ORIENTADORA: Profª Penha Lucilda de Souza Silvestre 
      
  
Maio/2007
 
A ARTE NO ENSINO DA LITERATURA

PUPIM, Selma Cristina Freitas[1]

Resumo: O conhecimento detém fundamental importância em qualquer projeção que se faça do futuro. Por isso, há um consenso de que o desenvolvimento de um país está condicionado à qualidade da sua educação. Nesse contexto, a pergunta que se faz é: Qual educação, qual professor? Qual metodologia? Quais textos e obras? Esse artigo busca estimular o olhar da descoberta e o poder mágico que a arte e a literatura exercem quando se trata de conhecimento. A educação do futuro está centrada no imaginário e na utopia, pois existem tantos mundos quanto nossa capacidade de imaginar. Sendo assim, o professor é um eterno investigador das idéias impressas nas páginas que convidam à leitura em toda sua magia. A leitura de textos e imagens guia os caminhos para um novo horizonte. A cada obra de arte, a cada pintura, nasce uma significativa imagem, que provoca permanente curiosidade e esse procedimento inserido no processo de aquisição de conhecimentos adquire uma medida de liberdade e de prazer. O aluno descobre que apreciar as artes é dar sentido à vida, é construir histórias e descobrir a realidade; é uma cumplicidade gerada pela energia do saber, pela magia da literatura, que estabelece um elo de ligação e de trocas para eliminar as sombras da ignorância.
Palavras-chave: arte, leitura, conhecimento. 
 
INTRODUÇÃO
O diálogo das letras com a arte se renova continuamente e desperta no leitor e no observador o desejo de um conhecimento mais aprofundado sobre as obras, de procurar outros pontos de contato, de confrontá-las novamente. Desse modo, a arte proporciona um estimulante diálogo entre as diferentes linguagens, que possibilita um rico trabalho interdisciplinar exercitando a curiosidade, provocando a inteligência e estimulando a sensibilidade.  
É nesse sentido, que para facilitar o encontro das pessoas com a literatura é chamar a atenção para a especificidade da linguagem de cada forma de arte. Dessa forma, os autores conduzem o leitor pelas veredas da literatura, num diálogo rico entre imagem e palavra.
Segundo Robert Hughes[2], o mais conhecido crítico de arte dos últimos tempos, “Os mestres da pintura se relacionam a nós da mesma forma que as grandes obras literárias e as composições musicais do passado”.
Sendo assim, o homem atual pode se relacionar com a arte por meio da leitura de sua obra. É preciso ter em mente que a arte é feita antes de tudo para deliciar os olhos e o espírito e, é por meio disso que ela nos conduz a um conhecimento mais profundo de nossa natureza.
Sem dúvida, a arte tem influência relevante na formação cultural de uma pessoa e desempenha um papel fundamental para elas, além de fazer de nós pessoas melhores.

JUSTIFICATIVA
Não se pode falar do futuro da educação sem certa dose de cautela. É com essa cautela que, em meio a tanta perplexidade, questionamos o papel da educação neste novo contexto social. Que perspectivas podemos apontar para a educação? Para onde vamos? Falar em perspectivas é falar de esperança no futuro.
Hoje muitos educadores, perplexos diante dos números que apontam os índices de analfabetismo funcional, se perguntam sobre o futuro de crianças e jovens. Então, aparecem, no pensamento educacional, as palavras: projeto-pedagógico, pedagogia da esperança, ideal pedagógico e o futuro como "possibilidade". Fala-se muito em possíveis cenários para a educação, no entanto, para se desenhar uma perspectiva é preciso ir muito mais além.
Todas essas palavras indicam uma direção ou, pelo menos, um horizonte em direção ao qual se caminha ou se pode caminhar. Elas designam "expectativas" e anseios que podem ser captados, sistematizados e colocados em evidência.
A ênfase na leitura tornou-se aquisição definitiva para os educadores. Sendo assim, a educação opera com a linguagem escrita e a nossa cultura atual dominante vive impregnada por uma nova linguagem, a da televisão, da imagem e a da informática, particularmente a linguagem da Internet. A cultura do papel representa talvez o maior obstáculo ao uso intensivo da Internet, em particular da educação à distância com base na Internet.
Diante desse contexto, é sabido que as crianças já estão nascendo com essa nova cultura. Aos profissionais da educação compete estimular o ensino das Artes e da Literatura como formadora de consciência, uma vez que é pelo imaginário que se pode conquistar o verdadeiro conhecimento de si mesmo.
Ainda trabalha-se muito com recursos tradicionais, porém os que defendem a informatização da educação sustentam que é preciso mudar profundamente os métodos de ensino para reservar ao cérebro humano o que lhe é peculiar, a capacidade de pensar, em vez de desenvolver a memória. Para ele, a função da escola será, cada vez mais, a de ensinar a pensar criticamente.
 Para isso é preciso dominar mais metodologias e linguagens, principalmente, a leitura e o ensino das artes.
O ensino da leitura assume uma grande importância nas aulas. O aluno deve ser preparado para ser um bom leitor. O bom leitor não é apenas o que compreende mais e melhor os textos que lê, mas o que sente prazer e gosto pela leitura. A capacidade de desfrutar a leitura é uma característica intrínseca do bom leitor. Sem o leitor, o texto é um significante sem significado. É preciso que o aluno compreenda a significação do texto em sua profundidade, assim como, da música, da pintura, para ser capaz de entender o processo de criatividade, consciência da linguagem e consciência crítica.
Dessa forma, a arte é composta de signos, códigos e símbolos que precisam ser decifrados e, é por isso, que necessitamos de uma alfabetização artística. A arte contribui para a formação intelectual do indivíduo e das atividades artísticas, portanto, a arte é favorável à formação da personalidade. Sendo assim, inserir a arte nos anos iniciais do ensino é aproximar as pessoas da literatura e ativar o gosto de pela leitura.

OBJETIVOS
Desse modo, este trabalho tem como objetivo básico a ênfase que se dará na ampliação da competência leitora dos alunos, bem como, enfatizar a leitura de diversos gêneros e artes, em especial a pintura.  É atrair o pequeno leitor para a descoberta do mundo, levando-o a participar desse processo.
O trabalho visa favorecer o resgate da literatura a partir do ensino das artes. Além disso, aproximar os alunos, não somente, da literatura infantil, mas de todas as manifestações de cultura.
Cada pessoa possui uma representação interior de memórias associativas, de pensamentos e linguagens simbólicas. A experiência de viver dá origem às potencialidades criativas dos homens, dando formas expressivas à linguagem verbal e não verbal. Ao trabalhar uma pintura, uma poesia, os alunos não só desenvolvem a interpretação, mas também adquirem a compreensão de suas potencialidades, em relação ao o que está sendo apresentado.
Podemos imaginar que a simples escolha de um livro deva de diferentes formas, exigir do professor determinados conhecimentos para que essa opção possa ser feliz.
É preciso propiciar ao aluno, em sala de aula, o contato com outras formas de leitura como, por exemplo, letras de música popular brasileira, quadros de pintores famosos, entre outros. A criança utiliza uma linguagem simbólica para expressar uma linguagem própria. Essa realidade é construída a partir da seleção de suas experiências em relação a si mesma e ao meio que a circunda.
Para tanto, é extremamente interessante que se oportunize o contato e a percepção visual da criança com a arte, para que ela construa uma leitura de mundo consistente, além de auxiliar na construção dos símbolos, pois o olhar artístico contribui significativamente para as elaborações perceptivas na criança. 
Essa experiência motiva o aluno e desperta nele um prazer maior pela leitura e pela busca de novos significados. O questionamento proposto nos textos em livros didáticos apresenta grande variedade na questão da finalidade, pois enfatizam a cultura, formação moral, ensino da gramática e outros, mas não apresenta um objetivo definido. No caso é o próprio texto que sugere o questionamento.
Nesse sentido, a literatura estimula o olhar da descoberta, transforma mentes, exerce o poder mágico do conhecimento e proporciona um espaço de prazer. A arte é uma via para expor o pensamento sobre o mundo, portanto, desenhar e reproduzir são formas de valorizar as manifestações e de se aproximar da arte.

METODOLOGIA
O trabalho contará com a realização de diversas atividades, a exemplo de rodas de leitura, dramatizações, danças, pinturas, músicas, poesias e, sobretudo, a reprodução de pinturas - desenho.
O aluno ao trabalhar com arte, aperfeiçoa e desenvolve a sua expressão artística, a sua forma de olhar e entender o mundo. Para que isso ocorra, ele cria, produz, constrói desenhos, dança e faz sua própria história.
Nesse sentido, o professor fará a mediação entre a arte e a criança; é ele quem deve ampliar o repertório expressivo do aluno oferecendo subsídios, que facilitem o contato e a fruição das obras de arte e produtos artísticos.
Sendo assim, ao apresentar uma obra de arte aos alunos é uma forma de motivá-los a estimular a percepção da linguagem visual e estética, os elementos formais, configuração espacial, além de, apreciar as imagens, descrever sentimentos e sensações.

DESENVOLVIMENTO
Sendo assim, para desenvolver o conteúdo de forma eficiente, o professor deverá garantir de forma articulada, uma prática em três momentos:

 Fazer arte; conhecer arte; apreciar arte.

Como sabemos, a escola é o primeiro espaço formal onde se dá o desenvolvimento de cidadãos, nada melhor que nela se dê o contato sistematizado com o universo artístico e suas linguagens como, artes visuais, música e literatura. Contudo, o que se percebe é que, muitas vezes, o ensino da arte está relegado ao segundo plano ou é encarado como mera atividade de lazer.
A concepção de arte implica numa expansão do conceito de cultura; a cultura está em permanente transformação, ampliando-se e possibilitando ações que valorizam a produção e a transmissão do conhecimento.
Ao apreciar e tomar conhecimento das diferentes expressões artísticas, o aluno adquire parâmetros suficientes para estabelecer relações construtivas que lhe auxiliarão em seu aprendizado.
Além disso, trabalhar com Portinari, Tarsila do Amaral, Da Vinci, Picasso, por exemplo, significa conhecer a própria história e os problemas sociais. Despertar a arte literária através da pintura como a “Mona Lisa”, de Leonardo da Vinci, “Vasos de Flores” e “Os Girassóis”, de Vincent Van Gogh, revelando as características da pintura expressionista. Descobrir os sons de Vila Lobos e Carlos Gomes é conhecer as raízes da música erudita no Brasil.
Incentivar os alunos a ouvir uma boa música é fundamental para enriquecer o aprendizado, auxiliar no desenvolvimento emocional e proporcionar uma formação mais completa. Sendo assim, a música desempenha um papel importante na vida das pessoas, não só para os que gostam dela, mas também para aqueles que ainda querem conhecê-la.
Nesse sentido, as músicas de Elis Regina, Caetano Veloso, Vinícius de Moraes, Chico Buarque, entre outros, despertarão para o gosto da música popular brasileira, uma vez que a criança estará em seu processo inicial de formação quanto aos gêneros musicais.
Não só isto, mas entender a arte de escrever de Monteiro Lobato e Machado de Assis é possibilitar ao aluno descobrir a beleza e o poder das letras.
É fundamental relacionar a arte e as raízes culturais para que os alunos percebam a expressão artística como expressão de suas realidades. Sendo assim, quando pensamos em educação e arte, devemos considerar a necessidade da convivência com as obras de artes de forma ampla. Essa convivência com os tipos de arte, os estilos, as épocas e os artistas é extremamente saudável e necessária. 
Assim, ao apresentar uma obra como “A Mona Lisa”, dizendo que se trata de um pintor italiano famoso, fará com que o aluno ao chegar ao ensino médio levará com ele conhecimentos de literatura.
Diante desses apontamentos, conhecer a arte e a literatura em sua amplitude nos leva a resgatar momentos significativos, compreender atitudes e ações, entender o contexto atual em que vivemos. Por meio desse contato é possível apreciar, sentir e depois analisar o conhecimento da linguagem de cada arte, a cultura que gerou a obra, seus estilos.
Assim, a função social da arte fica clara, à medida que ela transforma e nos traz o conhecimento de mundo real.
A arte na educação diz respeito também ao conhecimento de teorias, técnicas, recursos, instrumentos. É extremamente interessante que essa arte permita ao aluno, o exercício da criatividade, da leitura e da compreensão de significados.
Seja qual for o recurso utilizado para o despertar das artes, o importante é destacar que o hábito da leitura tem como finalidade a formação de leitores competentes, capazes de compreender diferentes tipos de textos, sejam eles verbais ou não-verbais. Quando se fala em leitura, é importante ressaltar, que a pintura, a poesia e a boa música estão incluídas nesse processo. Para se promover esse gosto pela leitura é necessário que se comece oferecendo aos alunos aquilo que corresponda ao seu universo de expectativas, ou seja, aquilo que atenda as suas preferências e aos poucos expandir para outras leituras. Isso ampliará a sua visão de mundo e contribuirá para a formação de um leitor capaz de “olhar” para o próprio texto e verificar suas falhas intrínsecas, propiciará a aquisição de um léxico mais diversificado e a autonomia de buscar outros textos que não se restrinjam ao universo escolar.
Para que se garanta a eficácia no trabalho com a leitura em sala de aula, é fundamental que o ato de ler seja visto pelos alunos não somente como uma fonte de informação, mas também como uma prática prazerosa e significativa. Por isso, para que essa leitura se torne ainda mais produtiva, existem alguns procedimentos que o educador poderá adotar, de modo a assegurar que a atenção e concentração do aluno estejam direcionadas ao texto.
Nesse sentido, a leitura é um processo que possibilita a obtenção desses recursos uma vez que se trata de um caminho contínuo, possuindo um início, mas nunca um final, que leva o aluno da informação ao conhecimento.

CONCLUSÃO
Em suma, o conhecimento é o grande capital da humanidade e a escola precisa ser um centro de inovação. Entretanto, temos uma tradição de dar pouca importância ao convívio com as artes, as quais deveriam começar já nas séries iniciais da educação infantil.
Como sabemos, realidade e imaginação adquirem importância no universo literário infantil, portanto, hoje vale tudo para aprender e neste contexto de infiltração do conhecimento, cabe à escola: amar o conhecimento como espaço de realização humana, de alegria e de contentamento cultural; selecionar e rever criticamente a informação; formular hipóteses; ser criativa e inventiva, inovar; ser provocadora de mensagens e não pura receptora; produzir, construir e reconstruir um conhecimento elaborado.
Os educadores poderão abrir espaços para manifestações que possibilitam o trabalho com o exercício da imaginação, a descoberta e a invenção e as novas experiências perceptivas.
Na sociedade da informação, a escola deve servir de bússola para navegar nesse mar do conhecimento, superando a visão utilitarista de só oferecer informações "úteis" para a competitividade, para obter resultados. Sendo assim, deve oferecer uma formação geral na direção de uma educação integral. Servir de bússola significa orientar criticamente, sobretudo, as crianças e jovens, na busca de uma informação que os faça crescer e não embrutecer.
Numa perspectiva emancipadora da educação, a escola tem que fazer tudo isso, reconstruir conhecimentos e os professores deixarão de ser apenas educadores para ser "gestores do conhecimento”.
Sendo assim, a educação tornou-se estratégica para o desenvolvimento, mas, para isso, não basta "modernizá-la", como querem alguns. Será preciso transformá-la profundamente, a escola precisa ter projeto, precisa de dados, precisa fazer sua própria inovação, planejar-se a médio e em longo prazo, fazer sua própria reestruturação curricular, elaborar seus parâmetros curriculares, enfim, ser cidadã.
Além disso, as mudanças que vêm de dentro das escolas são mais duradouras, sendo assim, da sua capacidade de inovar, registrar, sistematizar a sua experiência, dependerá o seu futuro. Nesse contexto, o educador é um mediador do conhecimento, diante do aluno que é o sujeito da sua própria formação.
Diante disso, é necessário construir conhecimentos a partir do que se faz e, para isso, é preciso ser curioso, buscar sentido para o que se faz e apontar novos sentidos para o que fazer dos seus alunos.
Cabe à escola dar o exemplo, ousar, construir o futuro. Inovar é mais importante do que reproduzir com qualidade o que existe. A matéria-prima da escola é sua visão do futuro. Cabe a nós, educadores, sermos agentes de transformação do apreciar e do olhar artístico, possibilitando aos jovens e crianças, conhecer nossa cultura e história, o Brasil e seu povo, nossos sonhos e nossa realidade, representados e expressos em cores, formas e linhas, imagens figurativas e abstratas e este é o maior desafio.
É no espaço educativo que se possibilita o acesso à arte para uma grande maioria de crianças e jovens. Propiciar o contato com o belo, desenvolver o gosto pela leitura, pintura, o contato com os clássicos da música poderão ser uma contribuição valiosa que caracterizam novas situações comunicativas, promovendo uma situação de aprendizagem eficaz.
A escola está desafiada a mudar a lógica da construção do conhecimento, pois a aprendizagem agora ocupa toda a nossa vida e o ensino alicerçado na arte poderá propiciar uma nova relação para os alunos em relação à leitura, lançar um novo olhar a esse público leitor que está em formação.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Hora da Leitura, Secretaria de Educação do Estado de São Paulo/ Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas.
COELHO, Nelly Novaes. Literatura: arte, conhecimento e vida.
DIONÍSIO, Angela & BEZERRA, Ma. Auxiliadora (org.). O livro didático de português: múltiplos olhares. 2ª ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002.
FÁVERO, Leonor L. & KOCH, Ingedore G. V. Lingüística textual: introdução. São Paulo: Cortez, 1983.
GERALDI, João W. (org.). O texto na sala de aula. São Paulo: Ática, 1997.
NEVES, Iara C. B. et al. (2000) (org.). Ler e escrever
HERNÁNDEZ, Fernando. Transgressão e mudança na educação: os projetos de trabalho. Porto Alegre: ArtMed, 1998.
Nova Escola. São Paulo: Abril, 2006.
HUGHES, Robert. Revista Veja. O guardião da arte. São Paulo: Abril, 2007. ed. 2005, ano 40, nº. 16 (P 11-16).


 

A ARTE NO ENSINO DA LITERATURA

§  O conhecimento / importância / futuro
§  Desenvolvimento de um país / à qualidade da sua educação.

§  Qual educação, qual professor? Quais metodologias? Quais textos e obras? 

Objetivos:

§  Estimular o olhar da descoberta / o poder mágico que a ARTE e a LITERATURA exercem quando se trata de conhecimento.
§  Estimular o ensino das Artes e da Literatura como formadoras de consciência.
§  Estabelecer o contato com o universo artístico e suas linguagens como, artes visuais, música e literatura.
§  Ênfase na competência leitora dos alunos.
§  Enfatizar a leitura de diversos gêneros e artes, em especial a pintura.
§  Favorecer o resgate da literatura a partir do ensino das artes -  analisar o conhecimento da linguagem de cada arte, a cultura que gerou a obra, seus estilos.
§  ampliar o repertório expressivo do aluno - facilitar o contato e a fruição das obras de arte.
§  Aproximar os alunos de todas as manifestações de cultura e atrair o pequeno leitor para a descoberta do mundo.
§  Percepção da linguagem visual e estética - identificar os elementos formais. 

§  A educação do futuro está centrada no imaginário, pois existem tantos mundos quanto nossa capacidade de imaginar - O professor é um mediador que convida à leitura em toda sua magia.

A leitura de textos e imagens guia os caminhos para um novo horizonte. A cada obra de ARTE, a cada PINTURA, nasce uma significativa imagem, que provoca uma permanente curiosidade  - aquisição de conhecimento - sensação liberdade e de prazer.

Apreciar as artes é dar sentido à vida - diálogo das letras com a arte desperta no leitor  o desejo de um conhecimento mais aprofundado sobre as obras.

A arte proporciona um estimulante diálogo entre as diferentes linguagens e possibilita um rico trabalho interdisciplinar exercitando a curiosidade e estimulando a sensibilidade. 

A arte é criada para deliciar os olhos e o espírito - influência relevante na formação cultural das pessoas.

A ênfase na leitura  - linguagem escrita -  cultura atual - uma nova linguagem:  da televisão, da imagem e a da informática.

Nova cultura - novas metodologias e linguagens, principalmente, a leitura e o ensino das artes – bom leitor –   consciência crítica.

A arte é composta de signos, códigos e símbolos que precisam ser decifrados e, é por isso, que necessitamos de uma Alfabetização Artística.
§  contribuirá para a formação intelectual e das atividades artísticas - explorar as imagens, descrever sentimentos e sensações.

§  aproximará as pessoas da literatura e ativar o gosto de pela leitura.
§  Possibilitará o contato com outras formas de leitura: letras de música popular brasileira, quadros de pintores famosos.

A criança utiliza uma linguagem simbólica para expressar uma linguagem   própria. Essa realidade é construída a partir da seleção de suas experiências em relação a si mesma e ao meio que a circunda.

§  O contato com a arte - construir uma leitura de mundo consistente, auxiliar na construção dos símbolos - o olhar artístico contribui significativamente para as elaborações perceptivas na criança. 

A arte é uma via para expor o pensamentodesenhar e reproduzir são formas de valorizar as manifestações e de se aproximar da arte.

METODOLOGIA

§  realização de diversas atividades, a exemplo de rodas de leitura, dramatizações, danças, pinturas, músicas, poesias;
§  reprodução de pinturas – desenho;
§  Inserir letras de música popular brasileira;
§  Exploração da biografia do autor, características dos movimentos literários;
§  o professor será o mediador entre a arte e a criança. 

A concepção de arte implica numa expansão do conceito de cultura; a cultura está em permanente transformação.

Ao tomar conhecimento das diferentes expressões artísticas, o aluno adquire parâmetros para estabelecer relações construtivas que lhe auxiliarão em seu aprendizado.

Trabalhar com Portinari, Tarsila do Amaral, Da Vinci, Picasso, por exemplo, significa conhecer a própria história e os problemas sociais. Despertar a arte literária através da pintura como a “Mona Lisa”, de Leonardo da Vinci, “Vasos de Flores” e “Os Girassóis”, de Vincent Van Gogh, revelando as características da pintura expressionista. Descobrir os sons de Vila Lobos e Carlos Gomes é conhecer as raízes da música erudita no Brasil.

Incentivar os alunos a ouvir uma boa música é fundamental para enriquecer o aprendizado, auxiliar no desenvolvimento emocional e proporcionar uma formação mais completa. Sendo assim, a música desempenha um papel importante na vida das pessoas, não só para os que a apreciam, mas também para aqueles que podem conhecê-la.

Nesse sentido, as músicas de Elis Regina, Caetano Veloso, Vinícius de Moraes, Chico Buarque, entre outros, despertarão para o gosto da música popular brasileira, uma vez que a criança estará em seu processo inicial de formação quanto aos gêneros musicais. (Águas de Março)

É fundamental relacionar a arte e as raízes culturais para que os alunos percebam a expressão artística como expressão de suas realidades.

Sendo assim, quando pensamos em educação e arte, devemos considerar a necessidade da convivência com as obras de artes de forma ampla.

Assim, ao apresentar uma obra como “A Mona Lisa”, dizendo que se trata de um pintor italiano famoso, fará com que o aluno ao chegar ao ensino médio levará com ele conhecimentos de literatura.

Assim, a função social da arte fica clara, à medida que ela transforma e nos traz o conhecimento de mundo real.

A arte na educação diz respeito também ao conhecimento de teorias - Seja qual for o recurso utilizado para o despertar das artes, o importante é destacar que o hábito da leitura tem como finalidade a formação de leitores competentes, capazes de compreender diferentes tipos de textos, sejam eles verbais ou não-verbais.

CONCLUSÃO
Em suma, o conhecimento é o grande capital da humanidade e a escola precisa ser um centro de inovação. Entretanto, temos uma tradição de dar pouca importância ao convívio com as artes, as quais deveriam começar já nas séries iniciais da educação infantil.

Como sabemos, realidade e imaginação adquirem importância no universo literário infantil, portanto, hoje vale tudo para aprender e neste contexto de infiltração do conhecimento.

Cabe à escola:
§  amar o conhecimento como espaço de realização humana, de alegria e de contentamento cultural;
§  selecionar e rever criticamente as metodologias;
§  formular hipóteses; ser criativa e inventiva, inovar;
§  construir e reconstruir um conhecimento elaborado;
§  servir de bússola para navegar no mar do conhecimento;
§  superar a visão de só oferecer informações "úteis" para a competitividade e para obter resultados.
§  oferecer um ensino alicerçado na arte para;
§  lançar um novo olhar a esse público leitor que está em formação.

Nessa perspectiva de reconstruir conhecimentos OS PROFESSORES DEIXARÃO DE SER APENAS EDUCADORES PARA SER "GESTORES DO CONHECIMENTO”.

Nesse contexto, o educador é um mediador do conhecimento, diante do aluno que é o sujeito da sua própria formação.

A matéria-prima da escola é sua visão do futuro. Cabe a nós, educadores, sermos agentes de transformação do apreciar e do olhar artístico, possibilitando aos jovens e crianças, conhecer nossa cultura e história, o Brasil e seu povo, nossos sonhos e nossa realidade, representados e expressos em cores, formas e linhas, imagens figurativas e abstratas e este é o maior desafio.

É no espaço educativo que se possibilita o acesso à arte para uma grande maioria de crianças e jovens. Propiciar o contato com o belo, desenvolver o gosto pela leitura, pintura, o contato com os clássicos da música poderão ser uma contribuição valiosa que caracterizam novas situações comunicativas.

Sendo assim, para desenvolver o conteúdo de forma eficiente, o professor deverá garantir de forma articulada, uma prática em três momentos:

§     FAZER ARTE; CONHECER ARTE; APRECIAR ARTE. Ana Mae Barbosa

Águas de Março

Letra e música: Tom Jobim / Cantora: Elis Regina

É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
É peroba no campo, é o nó da madeira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira
É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão
É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto um desgosto, é um pouco sozinho
É um estepe, é um prego, é uma conta, é um conto
É um pingo pingando, é uma conta, é um ponto
É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manhã, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada
É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é uma sapo, é uma rã
É um resto de mato, na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé
São as águas de março fechando o verão...




[1] UENP – Universidade Estadual do Norte do Paraná - Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Jacarezinho - Curso de Especialização em Estudos Lingüísticos e Literários.
[2] HUGHES, Robert. O guardião da arte. Veja. São Paulo: Abril, 2007. Ed. 2005, ano 40, nº. 16

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