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domingo, 19 de setembro de 2010

A importância do ato de escrever no ensino de língua

por Selma Cristina Freitas Pupim

Redigir um bom texto consiste em uma das tarefas extremamente complexas e que envolve múltiplas habilidades. Dessa forma, quando se fala em produção de textos, imagina-se um trabalho centrado em um bom planejamento a fim de que os alunos sejam capazes de observar a sua escrita e verificar se a mesma está clara e precisa, dentro dos moldes da língua. O planejamento para uma escrita eficiente se revela perante um bom planejamento e a revisão como parte integrante do processo de produção.
Dentre as práticas mais relevantes no ensino de língua está em estabelecer uma relação intrínseca entre educação e linguagem. Sabemos que a Educação consiste numa prática social que se exprime mediante ações concretas de forma a estabelecer uma interação social.
Nesse sentido, as experiências vividas nas relações sociais se concretizam perante a competência leitora e escrita dos indivíduos. Desse modo, importa ressaltar a necessidade da presença da leitura no cotidiano escolar e a importância do professor-leitor na formação do aluno-leitor.      
Um dos questionamentos mais freqüentes, transformados em crescente preocupação atualmente, refere-se à baixa qualidade da educação brasileira. Conforme dados apontados, o país não apresenta índices satisfatórios no que se refere à Língua Portuguesa e seus desdobramentos: leitura, reflexão sobre conhecimentos lingüísticos, compreensão e produção de textos.           
Muito se tem debatido, sobre a importância da leitura no cotidiano escolar. Entretanto, percebe-se que inúmeras dificuldades têm sido encontradas neste espaço para que a efetivação das práticas de leitura possibilite a formação de leitores.  Diante desse quadro, os profissionais das Letras estão a todo o momento comprometidos com o contexto histórico de seus temas, biografias, entre outros. Sob esse aspecto, os profissionais de outras áreas deveriam proporcionar aos seus alunos um conhecimento maior sobre utilizando-se mais a leitura e priorizando a escrita e a produção de texto.  Nesse contexto, o ensino de Ciências exige observação, pesquisa e registro, para isso, parte-se da leitura como princípio e a escrita para concretizá-la. Na disciplina de Geografia, os elementos gráficos tornam texto mais atraente, com isso, torna-se oportuno a descrição desses elementos em uma produção textual. No campo da Matemática, o pesquisador Guy Brousseau (Nova Escola, Jan/Fev, 2009 p. 28-29), considerado o pai da didática da Matemática, não conquistou seu prêmio Felix Klein, do Comitê Internacional do Ensino da Matemática apenas com os números que organizam a disciplina, seu trabalho envolveu pesquisa, registro e, consequentemente, a escrita. 
Nesse passo, os docentes de Educação Física poderiam contemplar a cultura do esporte para anteceder as atividades práticas e garantir a participação de todos. Sem dúvida, a técnica é importante, contudo essa mudança de metodologia tem como objetivo o estudo das características históricas, a origem da modalidade, sua história e evolução e isso exercita a leitura e a escrita.
Em síntese, ensinar a pesquisar é, sem dúvida, tarefa de todo corpo docente. Para tanto, é fundamental reconhecer que professores e estudantes são atores indispensáveis da relação de ensino e aprendizagem.
A tendência atual a ser seguida pauta-se num elemento concreto, palpável: a curiosidade de pesquisador, que consiste em fazer com que o aluno observe, pesquise em diversas fontes, questione e registre para absorver as informações coletadas. A partir disso, torna-se possível associar pesquisa à tão atemorizada produção de texto.
A descoberta do poder da linguagem se expressa também no campo das Artes. Dessa forma, a literatura, a pintura, a música, a escultura e todas as demais formas de manifestação artística contempla a escrita para então, transformar-se em arte. Nessa perspectiva, as artes tornam-se trabalho da expressão e o espaço da sala de aula, na maioria das vezes, precisa ser motivado pelo espírito transformador da arte. Os conteúdos de arte instigam os alunos à descoberta da vida sob um outro olhar. Em suma, a arte possibilita um olhar criativo, que lança hipóteses para novas possibilidades. O que há de espantoso nas artes é que elas realizam o desvendamento do mundo recriando o mesmo mundo em outra dimensão e de tal maneira que a realidade se recria na própria arte. Por meio da obra de arte podemos ouvir, sentir, criar, escrever, ler dando um novo sentido à obra e esta experiência poderá ser proporcionada pelo professor da disciplina criando e recriando as suas aulas diariamente.
A escrita representa a competência leitora das pessoas e, ao mesmo tempo, os elementos visuais expressos no ato de leitura despertam para a percepção e toda apreciação de uma obra, seja por meio de uma imagem, de um som ou de um texto escrito. Com relação às habilidades de leitura, a competência leitora é definida como a capacidade de compreender textos escritos, usá-los e refletir sobre eles de forma a desenvolver os próprios conhecimentos e o próprio potencial e participar ativamente da sociedade.
A partir do texto, trabalha-se com a linguagem oral e escrita e, ao combinar as duas práticas, retoma-se as questões de oralidade e de escrita, uma vez que ambas fazem parte da natureza real dos fatos da língua. Nesse caminho, entrelaçados pelas práticas de leitura, de produção de textos, o professor e o aluno trocam experiências e produzem conhecimento sobre questões de linguagem e de educação, o que revela a importância do ato de escrever no ensino de língua.

Referências Bibliográficas
Pedagogia Cidadã. Cadernos de Formação: Módulo Introdutório. UNESP. Educação e Linguagem. São Paulo: Pró-reitoria de Graduação, 2002.
VICHESSI, Beatriz. Língua Portuguesa Autor em Formação: O planejamento é uma das etapas essenciais da produção de texto. Nova Escola. Março 2010. p.66-68.

Guy Brousseau: o pai da didática da Matemática. Nova Escola, Jan/Fev, 2009 p. 28-29),


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